quarta-feira, 23 de setembro de 2020

(Capitulo 1) Das considerações

   Considerando que não existem provas dessa narrativa no tempo-espaço, considerando que a fonte dessa história e/ou estória não é confiável, do ponto de vista de credibilidade pois, se tratava de um emérito cachaceiro, dono de um boteco no largo de Pinheiros, um português de nome Fidel, vou antecipando ao leitor, se alguém ousar ler essa narrativa, trata-se de um relato fiel, até certo ponto, de uma história sem compromisso com a realidade.

  Bom, nesse tempo eu estava por volta dos meus quatorze anos, auge da adolescência, morador do bairro do Butantã e frequentador, aos fins de semana, de Pinheiros.

  Guardei na memória esses anos todos, me era fácil ouvir contos e historias dos mais velhos e o português Fidel era um narrador apaixonado, desses que transformavam qualquer fato em enciclopédia, leitor assíduo do Pessoa, Camões e seus patrícios.

  O amigo tinha, por hábito, atender a freguesia até as 21:00 horas e baixar a porta religiosamente no horário, deixava uns raros amigos ficarem nas mesas, as cervejas depois desse horário não eram cobradas, pelo menos as minhas não.

  Ganhei tal privilégio por recitar, de chofre, uma prosa muito sofrida de Mário de Sá-Carneiro e ainda questionar por que raios um portuga exibia um sobrenome de espanhol, minha estima era tanta que Fidel me chamava de filho.

  Parece que enquanto me contava, o conto se formava...


(Capitulo 1) Das considerações

   Considerando que não existem provas dessa narrativa no tempo-espaço, considerando que a fonte dessa história e/ou estória não é confiável...